Search Procurar por... Direto SOCIEDADE (C/VÍDEO) Soares Carneiro defende que quem encobriu abusos sexuais na Igreja deve ser sancionado Miguel Sousa Fevereiro 23, 2023 Partilhar por: Soares Carneiro defendeu, esta quarta-feira, no espaço comendatário do Novumjornal, que além dos que praticarem abusos sexuais contra menores, também, aqueles que encobriram esses abusos sexuais na Igreja devem ser sancionados e responsabilizados. “O relatório Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa está muito bem elaborado, mas agora é preciso tirar as consequências do relatório da Comissão. Ainda há cerca de 100 padres abusadores que estarão no ativo. É preciso que a Igreja tire as consequências, não é só apoiar as vítimas, a Igreja deve indemnizá-las, desde que esteja demostrado. Uma coisa são os relatos mais ou menos credíveis das vítimas, outra coisa é provar-se, demostrar-se. Há 25 casos que não terão prescrito, embora a prescrição no direito canónico vai até mais tarde na idade das vítimas, vai até aos 38 anos, Agora, também se discute alargar o prazo de prescrição, que este comece a correr mais tarde, que possa ir até aos 30 anos para as pessoas terem maior maturidade para negociar”, expressou, salientando que a questão não é do foro criminal, mas sim ética. Soares Carneiro relembrou que as pessoas confiaram os seus filhos, as suas crianças, a uma instituição, tendo-se deparado com esta situação que o relatório veio tornar público. “As pessoas confiaram os seus filhos, as suas crianças, a uma instituição, neste caso, à Igreja, aos padres e a todas as pessoas que giram em torno da Igreja. É um problema de confiança, é um problema ético, não tem a ver com questões criminais. Desvalorizaria isso, o que é preciso é serem responsabilizados e tomadas medidas em relação aos padres que se venha a comprovar que efetivamente abusaram e a todos aqueles que encobriram esses casos. Sejam dois bispos ou sejam bispos auxiliares ou seja o que for dentro da Igreja. É preciso que essas pessoas que tiveram a oportunidade de evitar a continuação dos abusos ou que encobriram até os abusos, se isso for provado, sejam sancionadas”, confirmou, realçando que padres abusadores e demais pessoas que praticaram estes atos deveriam ter sido afastados do serviço e do contacto com as crianças e jovens. “Estamos todos expetantes para a reunião da Conferência Episcopal Portuguesa porque queremos saber as medidas que a Igreja irá tomar. Não podemos refugiar-nos na prescrição criminal, porque é um problema ético, da credibilidade da própria Igreja, de segurança. Quem de nós está disposto a confiar os seus filhos, sem saber se lhes pode acontecer alguma coisa igual a esta? Não pode. Há coisas que não podem acontecer, é preciso a Igreja tomar medidas drásticas e não só em relação aos que praticaram os atos como àqueles que os encobriram. Muitas das vítimas, porventura, nem querem ser indemnizadas, não é disso que se tratará, de apoio psicológico, julgo que sim. Não basta pedir perdão, fazer vigílias, é preciso que os católicos se empenhem verdadeiramente em pressionar a cúpula da Igreja para tomar medidas. Não podemos de ponto de vista nenhum tolerar uma situação destas”, acrescentou. Soares Carneiro recordou, por outro lado, que nesta questão, não é correto confundir o celibato com os eventuais abusos que possam ter acontecido. “Podemos discutir o celibato, se os padres devem estra sujeitos ao celibato ou não devem estar, mas a questão não é essa. Seria um bocadinho mais tolerável se os padres infringissem o celibato se tivessem relações com pessoas adultas, agora, que abusem de crianças, com a média de idades 11 anos, isso é uma coisa inadmissível e não tem nada a ver com o celibato. Esses abusadores precisam de tratamento psicológico e psiquiátrico e a Igreja aí deve investir e afastá-los de todo o contacto com crianças e jovens. Podemos discutir o celibato, mas nunca a este ponto de dizer que o celibato provoca uma tendência para abusar de crianças indefesas”, atalhou. PERFIL DO AUTOR Miguel Sousa Miguel Sousa Últimos artigos inseridos Paredes: Projeto “Futebol por Miúdos” envolve 2610 alunos do 1.º ciclo PAREDES 2023.02.23 Paredes: Projeto “Futebol por Miúdos” envolve 2610 alunos do 1.º ciclo Paredes recebe Final Four do Campeonato Distrital de hóquei em patins sub-15 e 19 DESPORTO 2023.02.23 Paredes recebe Final Four do Campeonato Distrital de hóquei em patins sub-15 e 19 Arouca: 184 alunos do 4.º ano fizeram rastreio ao daltonismo AROUCA 2023.02.23 Arouca: 184 alunos do 4.º ano fizeram rastreio ao daltonismo Amarante: Clube Gaia vence Taça de Portugal de futsal da Anddi Portugal AMARANTE 2023.02.23 Amarante: Clube Gaia vence Taça de Portugal de futsal da Anddi Portugal Partilhar por: Socieddae Navegação de artigos TOMÁS GASPAR, DO PENAFIEL BIKE CLUBE, CHAMADO À SELEÇÃO DE BTTTEMPO DE SAÚDE – MÃO TRAUMÁTICA Publicidade Publicidade Estamos a melhorar por si. Novum Canal, sempre novum, sempre seu! 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Soares Carneiro defendeu, esta quarta-feira, no espaço comendatário do Novumjornal, que além dos que praticarem abusos sexuais contra menores, também, aqueles que encobriram esses abusos sexuais na Igreja devem ser sancionados e responsabilizados.  

“O relatório Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa está muito bem elaborado, mas agora é preciso tirar as consequências do relatório da Comissão. Ainda há cerca de 100 padres abusadores que estarão no ativo. É preciso que a Igreja tire as consequências, não é só apoiar as vítimas, a Igreja deve indemnizá-las, desde que esteja demostrado. Uma coisa são os relatos mais ou menos credíveis das vítimas, outra coisa é provar-se, demostrar-se. Há 25 casos que não terão prescrito, embora a prescrição no direito canónico vai até mais tarde na idade das vítimas, vai até aos 38 anos, Agora, também se discute alargar o prazo de prescrição, que este comece a correr mais tarde, que possa ir até aos 30 anos para as pessoas terem maior maturidade para negociar”, expressou, salientando que a questão não é do foro criminal, mas sim ética.

Soares Carneiro relembrou que as pessoas confiaram os seus filhos, as suas crianças, a uma instituição, tendo-se deparado com esta situação que o relatório veio tornar público.

“As pessoas confiaram os seus filhos, as suas crianças, a uma instituição, neste caso, à Igreja, aos padres e a todas as pessoas que giram em torno da Igreja. É um problema de confiança, é um problema ético, não tem a ver com questões criminais. Desvalorizaria isso, o que é preciso é serem responsabilizados e tomadas medidas em relação aos padres que se venha a comprovar que efetivamente abusaram e a todos aqueles que encobriram esses casos. Sejam dois bispos ou sejam bispos auxiliares ou seja o que for dentro da Igreja. É preciso que essas pessoas que tiveram a oportunidade de evitar a continuação dos abusos ou que encobriram até os abusos, se isso for provado, sejam sancionadas”, confirmou, realçando que padres abusadores e demais pessoas que praticaram estes atos deveriam ter sido afastados do serviço e do contacto com as crianças e jovens.

“Estamos todos expetantes para a reunião da Conferência Episcopal Portuguesa porque queremos saber as medidas que a Igreja irá tomar. Não podemos refugiar-nos na prescrição criminal, porque é um problema ético, da credibilidade da própria Igreja, de segurança. Quem de nós está disposto a confiar os seus filhos, sem saber se lhes pode acontecer alguma coisa igual a esta? Não pode. Há coisas que não podem acontecer, é preciso a Igreja tomar medidas drásticas e não só em relação aos que praticaram os atos como àqueles que os encobriram. Muitas das vítimas, porventura, nem querem ser indemnizadas, não é disso que se tratará, de apoio psicológico, julgo que sim. Não basta pedir perdão, fazer vigílias, é preciso que os católicos se empenhem verdadeiramente em pressionar a cúpula da Igreja para tomar medidas. Não podemos de ponto de vista nenhum tolerar uma situação destas”, acrescentou.

Soares Carneiro recordou, por outro lado, que nesta questão, não é correto confundir o celibato com os eventuais abusos que possam ter acontecido.

“Podemos discutir o celibato, se os padres devem estra sujeitos ao celibato ou não devem estar, mas a questão não é essa. Seria um bocadinho mais tolerável se os padres infringissem o celibato se tivessem relações com pessoas adultas, agora, que abusem de crianças, com a média de idades 11 anos, isso é uma coisa inadmissível e não tem nada a ver com o celibato. Esses abusadores precisam de tratamento psicológico e psiquiátrico e a Igreja aí deve investir e afastá-los de todo o contacto com crianças e jovens. Podemos discutir o celibato, mas nunca a este ponto de dizer que o celibato provoca uma tendência para abusar 

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